Vinícola Casa Valduga: Como foi a visitação

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Aléxia Muniz
Olá! Meu nome é Aléxia, criei esse blog para poder falar de viagens. Meu objetivo é te ajudar a viajar, através das minhas histórias e experiências. Bem-vindo ao meu mundo!

Nós fomos muito fãs do vinho Naturelle produzido pela Casa Valduga, e faz tempo que queríamos vir conhecer a vinícola, fazer a degustação, então, aproveitamos a viagem pra Gramado pra separar um dia para irmos até Bento Gonçalves visitar. Vou contar tudo pra vocês do que achei.

Localização

Casa Valduga fica localizado em Bento Gonçalves, uma das cidades mais conhecidas na Rota do Vinho no Sul do Brasil. De Gramado são 120 km, á mais ou menos 2h.

Como é a viagem

A viagem é chatinha, as estradas são estreitas, passa em várias cidades e tem uma serra meio ruinzinha. Pegamos caminhão na nossa frente em algumas partes do trajeto e isso atrasou muito a viagem , mesmo assim chegamos lá em 1h40 mais ou menos.

Dica: No caminho, tive uma indicação do meu primo de uma loja que vende roupas de couro por um preço melhor, até por não ser em Gramado, já melhora o valor. A loja se chama Gauchinha Couros, fica em Nova Petrópolis. A loja é boa mesmo e depois de muita procura, comprei uma jaqueta de couro lá lindíssima, básica, preta, sem muitas firulas, couro de boi autêntico e bem molinha, o preço bem abaixo de Gramado, vale a pena passar por lá. Endereço: Avenida 15 de Novembro, 1494, Nova Petrópolis – RS, 95150-000

História

Em 1875, século 19, o primeiro imigrante da Família Valduga chega no Brasil, a família é da região norte da Itália e deram início onde hoje é o Vale dos Vinhedos, começando assim a produção de vinhos.

140 anos depois, a família continua na gestão da vinícola, que se tornou uma das maiores do Brasil, hoje é comandada pelos filhos e netos do patriarca Luiz Valduga.

‘’Antes de fazer duas garrafas de vinho, faça uma, mas bem feita’’ Luiz Valduga

Complexo Enoturístico

A Casa Valduga é conhecida por ter sido a pioneira no enoturismo na região do Vale dos Vinhedos, ela iniciou o complexo em 1992, a ideia era que os visitantes pudessem ter contato com o mundo do vinho e se sentissem na Itália.

Eles fizeram um complexo de forma que você fique imerso no mundo do vinho, o que é uma experiência incrível pra quem vai fazer o roteiro do vinho pela região.

Hospedagem na Casa Valduga

Nessa experiência do vinho, lá dentro do complexo você pode ficar hospedado dentro da vinícola. Contando apenas com 24 acomodações, as Pousadas Raízes, Leopoldina, Identidade, Gran e Storia, batizadas com o nome dos vinhos ícones da Casa Valduga.

Aliam o rústico com o moderno, onde você se hospeda no meio dos parreirais. Cada pousada, fica numa localização diferente dentro do complexo e possui particularidades, dentro de cada pousada tem algunas suítes independentes, ou seja, você pode vir em casal e escolher uma pousada que tenha a decoração que te agrade, ou se vir em grupo ou família, pode ‘’fechar’’ a pousada para sua família e mesmo assim, tendo a individualidade de cada suíte.

Se hospedando na pousada, tem direito ao café da manhã. Pães, bolos e doces artesanais e produzidos ali mesmo na confeitaria e ainda harmonizados com espumante e nos finais de semana, acompanhados de piano, isso que eu chamo de café da manha, ein?

Existem algumas opções de pacote, que vem incluso o almoço e jantar  típico no restaurante que fica no complexo ou outras opções com degustação vip, vale a pena entrar no site e ver as opções.

Restaurante Maria Valduga

O restaurante Maria Valduga, antigamente era a pequena cantina do seu Luiz Valduga e da dona Maria Valduga, onde trazia receitas e culinária típica italiana. Hoje em dia, o restaurante foi batizado com o nome da matriarca da família.

O restaurante decorado em pedras e num estilo elegante e aconchegante, o cardápio traz comidas italianas como galeto, costela suína e óbvio sequência de massas artesanais.

O lugar é grande e tem vários espaços diferentes. O almoço é servido diariamente das 12h às 15h30, o serviço é de slow food e demora 1h30, pelo menos. Então, vá com tempo, infelizmente tínhamos que voltar pra Gramado, então, não tivemos oportunidade de conhecer o restaurante.

Toda a comida é produzida ali de forma artesanal, inclusive as hortaliças e temperos são produzidas ali na horta orgânica. Já os jantares, não acontecem todos os dias, tem que ver o calendário já que são jantares harmonizados preparados por um chef italiano, com cardápios novos a cada jantar harmonizado. Ou seja, deve ser delicioso, é uma experiência mesmo.

Visitações

Visitação noturna

Além da visitação tradicional, existem algumas diferentes, como a visitação noturna, onde passa por toda parte subterrânea e depois finaliza com um jantar com menu especial. Começa às 19h e tem duração de 3h. Não acontece sempre, já que precisa de uma quantidade mínima de pessoas, eu tentei achar o valor no site, mas não consegui. Precisa preencher um formulário pra saber, então quem tem interesse acesse o site para maiores informações.

Visitação ícones Casa Valduga

Essa visita já é uma visita vip e mais exclusiva, além da visita, ocorre uma degustação dos rótulos especiais(e mais caros) que não tem na visita tradicional. A degustação acontece acompanhada de pães e parmesão.

Acontece diariamente(exceto sexta-feira), no domingo às 14h e no restante dos dias às 15h. Dura de 1h30 a 2h. Valor: R$200 por pessoa e ganha uma taça de cristal. Essa experiência me parece ser pra quem já entende mais de vinhos, já tem conhecimento e quer ir mais a fundo do que o bem básico que é oferecido pela visitação tradicional.

Visitação Tradicional

Foi a que fizemos e é a mais básica(e mais barata) mesmo. Tem diariamente das 9h30 às 17h. Nos horários 9h30, 11h30, 13h30 e 15h30. Dura mais ou menos 1h a 1h30. Valor:R$70 reais por pessoa e ganha uma taça de cristal.

Nessa visitação, é degustado 5 rótulos( 2 vinhos tintos, 1 vinho branco e 2 espumantes). Pode comprar e reservar sua visita aqui.

Como é a visita

Comprei a visitação um dia antes, foi bem tranquilo e tinha vaga, marquei pras 11h30, tinha a viagem de ida e volta e não queríamos sair muito cedo de Gramado. Saímos do hotel às 9h, o que foi meio corrido, queríamos ter saído um pouco antes, mas quem me conhece sabe que sou enrolada pra sair. Enfim, dirigimos e chegamos lá 11h e pouco. Chegamos lá e fomos orientados a aguardar dar o horário, ali tem um deck com cadeiras e mesas com guarda-sóis onde dá pra ficar aguardando e tirar lindas fotos.

Lá dentro é um espaço todo em pedras, com sofás e poltronas onde o pessoal fica aguardando. Na entrada, tem que apresentar o voucher do seu comprovante da reserva do tour e eles dão a taça pra degustação.

O guia chega e nos leva pra parte subterrânea, onde é bem mais frio, ele vai passando pelos barris e passamos por várias salas e é muito interessante que é mesmo um mundo subterrâneo. São milhares de barris e em cada sala, já fazemos a degustação ali mesmo. Finalmente, ele explica sobre o vinho, serve na taça de todos e ficamos ali um tempo enquanto ele explica.

Não dá pra contar tudo que ele fala pra não perder a graça, mas no começo ele mostra um vídeo que conta a história da família e da vinícola. A vinícola Casa Valduga é famosa e os vinhos têm a produção tanto pro Brasil, quanto pra exportação.

O guia ensina bastante sobre cada vinho e deu pra aprender muitas coisas novas, foi nossa primeira visitação em vinícola e não sabíamos nada, já deu pra aprender alguma coisa. Depois fomos na Vinícola Jolimont e algumas coisas já sabíamos.

Os vinhos

A produção deles é gigante e é muito bonito de se ver, comparando com a Jolimont que tem uma produção bem menor, dá muita diferença. Na área da cave, na parte dos espumantes que é o forte deles, são mais de 2,5 milhões de garrafas.

Alguns vinhos e espumantes deles, inclusive, já ganharam vários prêmios. O Vinho Storia é muito famoso e o espumante Maria Valduga também é premiado. O guia conta a história desses rótulos mais famosos, que infelizmente, não fazem parte da degustação.

Os vinhos oferecidos são muito gostosos e bem fortes, a quantidade servida é boa também. Tanto que no final, o povo já começa a falar que tá meio bêbado. E história engraçada, quando começa a degustação todo mundo tá quieto, sério, o negócio vai andando e no final, tá todo mundo falante, batendo papo e contando piada rsss. Diferente da Jolimont, que a degustação foi feita numa sala, a da Casa Valduga é feita lá no subterrâneo e durante a visita.

Lojinha Enoboutique

No final, subimos novamente e vamos até a lojinha, onde podemos degustar algumas outras opções pra compra. Os vinhos da degustação tem um desconto, na loja vendem alguns acessórios e itens personalizados.

O vinho que mais gostamos da Casa Valduga, o Naturelle, o preço é igualzinho o do mercado aqui de Santos. Obviamente, que é mais difícil de encontrar, não achamos esse vinho aqui em qualquer lugar. E isso porque o Naturelle, não é um vinho conhecido deles, é um vinho bem mais ‘’simples’’, mas nós amamos. É demi-sec e super gostoso e leve de tomar, recomendo MUITO!

Enfim, os preços não estavam baratos e pretendíamos trazer a caminhonete cheia de vinho, não deu certo. Compramos a maior parte do nosso estoque na Vinícola Jolimont, onde o preço era mais aceitável. Eles tem um site onde vendem todos os vinhos deles e tem várias opções de frete grátis.

O que achei? Vale a pena?

Olha… Sendo sincera e vocês sabem que eu sou, eu não achei que vale a pena ir de Gramado até lá num bate e volta. A visita é muito legal e a degustação também, porém acredito que o que eles oferecem é a experiência completa. O almoço no Restaurante Maria Valduga, a hospedagem na vinícola, etc. E como não conseguimos fazer isso, pois a viagem é chatinha e demorada. Não tivemos toda a experiência oferecida.

O que eu acho que vale a pena e que eu pretendo fazer é dedicar uma viagem inteira só pro Vale dos Vinhedos, além da Casa Valduga, tem várias outras vinícolas que valem a pena visitar. Ou então, caso você goste muito de vinhos e queira aproveitar a viagem até o sul do Brasil, divida a viagem em 2. Fique uns 3 dias em Bento Gonçalves e depois vai até Gramado e passa mais uns 4 dias lá. Não é muito tempo pra uma primeira vez, mas acho que vale MUITO mais. Você dorme ali, não tem problema de estrada, não tem risco por conta da degustação e aproveita muito mais. Considerando, se não ficar hospedado na casa valduga, tem vários hotéis em Bento Gonçalves e outras opções de vinícola pra conhecer nos outros dias.

Como organizar no roteiro

Pra quem está indo pra Gramado pela primeira vez, gosta de vinho, mas não TANTO assim, quer só curtir a experiência de tomar um vinho da serra gaúcha, conheça a vinícola Jolimont. Além dela, tem algumas outras opções que eu não visitei, pois estavam fechadas por conta do covid. Você fica ali na região, não perde tempo de viagem, afinal, Gramado tem muita coisa pra fazer e conhecer. E indo até Bento Gonçalves, você perde o dia inteiro de viagem, 2h pra ir, 2h pra voltar e mais 2h, no mínimo lá. Saímos do hotel 9h e chegamos lá final de tarde. Então, ainda mais pra quem tem pouco tempo de viagem.

Então, eu não me arrependi de ir porque queríamos muito conhecer e se não tivéssemos ido, teríamos ficado pensando que perdemos a oportunidade de comprar um carregamento de Naturelle. Foi necessário ir até lá, conhecer e saber mesmo como é.

Pretendo SIM voltar pro Vale dos Vinhedos, na época de vindima, que é a época de colheita das uvas, acho que é no começo do ano, janeiro/fevereiro. Eles oferecem um pacote super especial, com música italiana, tour até os parreiras, colheita, pisa das uvas e aproveitar e ficar hospedada ali.

Por fim, a Casa Valduga entrou no ”1000 lugares para conhecer antes de morrer” livro best-seller da Patricia Schultz. A pousada e a época de vindima são destaques no livro.

Beijos!

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