Um dia na cidade do queijo Gruyère na Suíça

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Aléxia Muniz
Olá! Meu nome é Aléxia, criei esse blog para poder falar de viagens. Meu objetivo é te ajudar a viajar, através das minhas histórias e experiências. Bem-vindo ao meu mundo!

Se um dia você teve curiosidade de conhecer a cidade onde a Bela, do filme A Bela e a Fera, morava, tem que conhecer Gruyère. É uma pequena vila, localizada na Suíça, charmosa e pitoresca. A sensação, quando chega ao local é que parou no tempo, com apenas 1.600 habitantes numa área de 28 km².

Existe um vilarejo na França que inspirou o cenário do filme a 'A Bela e a  Fera'. É lindo! | Trending | Glamour
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Como é

Você, assim como eu, provavelmente só sabia da existência do queijo gruyère, queijo delicioso, amarelinho e com uns ‘’furos’’.  E sim, o queijo foi criado na cidade de Gruyère e por isso, tem esse nome.

Situada no topo de uma colina, a vila sobreviveu ao tempo e é famosa pelo queijo e pelo chocolate. Apesar de ser pequena, é um passeio suficiente de um dia inteiro e tenho certeza que vai aproveitar muito.

Localização

A cidade fica na parte francesa da Suíça, ou seja, a melhor forma de inclui-la no seu roteiro é enquanto estiver em Montreux. Foi o que fiz, separei 3 dias em Montreux e em um deles, separei o dia para ir pra Gruyère.

Como chegar

Se você estiver em Montreux, pode chegar de trem ou carro. Para uma viagem na Suíça, recomendo trem. Usamos o Swiss Travel Pass e não teve nenhum custo para ir até lá. A viagem demora em média 1h e não tem trem direto, é necessário 1 parada. Para quem não sabe como usar o Swiss Travel Pass e o sistema de trem na Suíça, fiz esse post aqui.

Explicando a vila

A vila é praticamente uma rua só, é bem pequena mesmo. Não pode carros no centrinho, ou seja, mesmo se você optar por ir de carro, terá que deixar o carro no estacionamento, na entrada da vila para poder explorar a cidade. Tudo é feito a pé na cidade. Como falei, fica no topo de uma colina e a estação de trem fica parte debaixo. Ou seja, chegando de trem, terá que subir a colina a pé, o que dá uns 15 a 20 minutos caminhando, é uma boa caminhadinha.

O que fazer na vila

Passear

A pequena vila é muito linda, faz parte do passeio explorar cada cantinho e tirar muitas fotos lindas. O centrinho histórico é recheado de lojinhas, restaurantes, a fonte no meio. Inclusive, essa fonte, antigamente, servia para abastecer a cidade.

Para entrar no centrinho, tem um portão com um brasão representando os dois heróis da cidade, Claremboz e Bras da Fer, responsáveis por salvar a cidade de uma invasão no século XIV.

É bem interessante observar a arquitetura medieval, ainda preservada, que fez com que a cidade ganhasse como a mais bonita da Suíça em 2014. Não deixe de ver o Le Calvaire, que parece uma Igreja por ter um crucifixo, mas não é, era o local onde armazenavam sal antigamente, no centrinho da cidade. Inclusive, ao lado, permanece o espaço com água onde os cavalos bebiam água.

Curiosidade: Perceba que em vários estabelecimentos, as fachadas possuem um brasão, que traz a ave símbolo da região, o Gruo. Não deixe de conhecer as ruas ao redor.

La Maison de Gruyère

O lugar do queijo! Não tem como ir pra Gruyère e não provar o famoso queijo, que leva o mesmo nome. La Maison, fica localizada na praça da estação de trem, ou seja, assim que você chegar de trem, verá o local. Recomendo já começar seu dia por ali.

No local, é possível conhecer todo processo de fabricação do queijo. Assim que você chega, não precisa reserva, só chegar e para quem tem Swiss Travel Pass, a entrada é gratuita. Para quem não tem, a entrada é 7 francos suíços.

De início, já pode pegar seu áudio-guia, tem em vários idiomas, inclusive em português de Portugal, embora eu achei difícil de entender, tem que prestar atenção. Nesse primeiro espaço, conta um pouco da história e produção do queijo.

Eu achei bem legal a experiência sensorial, tem alguns ‘’totens’’ com alguns cheiros para você poder sentir como cheiro de baunilha, leite, algumas flores.

Depois, tem algumas imagens e objetos que contam a história e mostram sobre a produção. Também tem algumas televisões contando alguns detalhes. Conforme vamos andando, vemos a fábrica onde é produzido o queijo.

Em alguns horários do dia, é possível ver o queijo sendo feito. Caso tenha curiosidade, veja os horários para poder assistir. Parece que tem que fazer a visita pela manhã para poder acompanhar.

A visita

Vemos alguns fatos interessantes como, você sabia que uma vaca come 100 kg de grama e bebe 85 litros de água por dia, produzindo uma média de 25 litros de leite por dia. Legal, né?

Na entrada, eles dão uma embalagem com o queijo gruyère para poder experimentar. A diferença é pelo tempo de maturação, de 6, 8 e 10 meses. Sendo o mais leve o de 6 meses até o mais forte. Todos são deliciosos, mas eu gostei mais do intermediário, de 8 meses.

Tem o momento certo para poder degustar, assim que saímos da parte de história e como é a produção, vamos para a parte onde ficam todos os queijos em um tipo de ‘’estoque’’.  Tem até uma peça demonstrativa para podermos ter noção do tamanho. É bem legal ver aquelas peças de queijo!

Eu gostei muito do passeio, é impressionante ver como cada etapa da produção é bem pensada e feita de forma quase artesanal. Desde o cuidado das vacas como a comida que elas comem, o leite, a produção em si..

É por isso que o país é famoso como o melhor queijo do mundo. Tudo é feito de forma muito cuidadosa e os queijos são divinos mesmo, eu sou suspeita porque amo queijo, embora tenha intolerância a lactose kkk.

Terminando o passeio, o local tem uma pequena lojinha vendendo souvenirs e claro, queijos para que você possa levar pra casa e um restaurante onde vendem pratos com queijos e estava bem cheio, mas não comemos nele.

Museu HR Giger

Confesso que eu achei bem estranha essa atração na cidade. É um museu dedicado ao artista suíço Hans Ruedi Giger, ele é um artista visual, que foi reconhecido pelo seu trabalho no filme Alien. Ele, inclusive, ganhou um Oscar pelo trabalho de efeitos especiais no filme.

O museu é todo dedicado e inspirado no filme. São obras e esculturas nessa temática. A entrada é gratuita para quem tem o Swiss Travel Pass e quem não tem, é CHF 12,50.

Sendo bem sincera, não sou uma fã do filme e não sei se isso influenciou, mas não gostei do museu. Achei as obras muito fortes, inclusive algumas não são recomendadas para crianças, pois tem um cunho sexual pesado. Essas mais pesadas ficam dentro de um salão vermelho, apenas para maiores de 18 anos.

Bar do Alien – HR Giger Bar

Muito mais interessante é o Bar, que fica em frente ao museu, ele também foi inspirado no filme e na arte surrealista do artista. A arquitetura e design é incrível, a parte de dentro é decorada como se estivéssemos dentro de uma criatura cheia de ossos. Inclusive, até as cadeiras eram bem legais e diferentes.

Não tomamos nada no café, mas eu achei o espaço bem diferente. Vale a pena conhecer.

Castelo de Gruyère

O Chateau é indispensável numa visita à cidade. Junto com a fábrica de queijos, são os passeios principais. O castelo fica no alto da colina e tem um visual incrível, mesmo no dia que fomos não estava tão sol, o lugar era lindo demais. Um quadro!

É um dos edifícios mais antigos da cidade com origem no século XIII. Foi construído para ser um forte medieval e hoje em dia, é extremamente bem conservado, o segundo castelo mais visitado do país, só perde pro incrível Castelo de Chillon em Montreux, o post sobre ele está aqui.

A visita

A visita te leva direto pra época medieval, na época que foi construído em 1270. Assim que você entra, já é possível pegar o guia de visitação com mapa para não deixar de ver nada.

Algumas salas tinham decorações daquela época com móveis antigos e eu percebi algo diferente do Castelo de Montreux, algumas paredes tinham desenhos e pinturas que representam momentos importantes da história envolvendo o Chateau. Algumas dessas decorações foram pintadas em 1850.

São ao total, em torno de 20 ambientes, que dá pra visitar e conhecer. O castelo também conta com jardins e espaços abertos bem bonitos. Comparando com o Castelo de Chillon, eu gostei mais do de Montreux, achei mais completo e até as experiências são mais interessantes. O local do castelo, quase em cima do mar, é bem bonito.

Mas eu achei que o de Gruyère traz alguns aspectos diferentes. A vista é lindíssima, vários espaços abertos e jardins que tornam a visita mais gostosa e pra quem gosta de história e arte, vai se apaixonar pelos murais desenhados.

Entrada gratuita pra quem tem Swiss Travel Pass e quem não tem, custa 12,50 CHF.

Ao final, tem uma pequena loja vendendo souvenirs. Não deixe de tirar uma foto com o totem do Grand Tour Switzerland.

Algumas outras atrações que não fomos:

Museu Tibet: Esse museu traz mais de 300 obras de arte, esculturas e objetos vindo de diversas regiões do Himalaia. Foi fundado em 2009 e para quem tem interesse no budismo, vale a visita. Está localizado dentro de uma capela. Para quem tem Swiss Travel Pass, a visita é gratuita. Para quem não tem, o ingresso sai CHF10.

Fábrica de chocolate Cailler: Um pouco mais afastado de Gruyère, fica na verdade, em Broc, cidade vizinha. É a fábrica da marca de chocolate Cailler. A marca foi fundada em 1819 e foi adquirida pela Nestlé. A marca é uma das mais famosas na Suíça. O passeio é um tour guiado pela fábrica e tem degustação dos chocolates. Como já fomos na Lindt, não achei necessário visitar essa fábrica.

Comer fondue no restaurante Le Chalet

Para fechar com chave de ouro esse dia incrível, tem que comer um fondue de queijo gruyère, obviamente. E nós escolhemos o Le Chalet, ele fica bem no centrinho da vila. O restaurante é o típico restaurante suíço, desde o cardápio com comidas suíças, a decoração toda de madeira parecendo um chalezinho e até a roupa das atendentes e garçonetes.

Fomos muito bem recebidos e como fomos mais tarde, era por volta de 16h, o lugar estava bem tranquilo, mas caso vá no horário de almoço, talvez tenha que aguardar um pouco por uma mesa.

Nós pedimos o raclette, que é a peça de queijo num ferro quente e você ‘’raspa’’ a camada de queijo derretido em cima dos acompanhamentos, geralmente, batatinhas cozidas. Nós também pedimos alguns frios pra acompanhar e pedimos o fondue.

Tudo estava delicioso e para sobremesa, pedimos um prato que vimos em todas as mesas, era um tipo de suspiro bem gostoso.

O que achei?

É uma passeio super legal, dura o dia inteiro, te coloca em contato com aquela imagem clássica que pensamos da Suíça, as vaquinhas no meio do pasto verde com os sinos no pescoço. Fica bem pertinho de Montreux e vale muito a pena incluir no seu roteiro.

Para melhorar, na volta pegamos o trem Belle Époque, incluso no Swiss Travel Pass. O dia inteiro foi uma experiência incrível.

Beijos!

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